sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Carta aos Deputados – Nossas bandeiras de volta às arquibancadas.

No último dia 24 de setembro, no Parque São Jorge, foi realizado o jogo de futebol dos Masters como parte da comemoração do centenário. Também tivemos a entrega da homenagem a 100 corinthianos indicados pelas torcidas para receberem uma lembrança dos deputados que se dizem da bancada Corinthiana na Assembleia Legislativa. Aproveitando a oportunidade, foi entregue uma carta aos deputados então presentes com nossos pedidos em favor de nossa torcida, como a volta do mastro e das bandeiras na arquibancada e os horários dos jogos de futebol.

Acreditamos que essa é uma luta que vai além da Torcida do Glorioso Corinthians. O futebol Paulista precisa ter de volta sua magia, que está na arquibancada, nas bandeiras com o mastro, mostrando porquê e quem somos. Somos a alma do estádio. A alma do time que em campo está.

Carta assinada por todas torcidas Corinthianas:

São Paulo, 24 de setembro de 2010

Aos deputados representantes da bancada Corinthiana na Assembleia Legislativa:

A lei nº 9.470, do dia 27 de dezembro de 1996, diz que é permitido em todos os estádios do Brasil as bandeiras com o mastro, exceto no estado de São Paulo, com a justificativa de que o mastro/suporte poderia se transformar em arma numa suposta briga entre torcidas.

Há anos não se têm notícias de que alguém tenha sido machucado em brigas por causa de mastros de bandeira. Porém, mesmo assim, ainda somos impedidos de adentrar nos estádios paulistas com nossas bandeiras.

A bandeira com mastro é o símbolo representativo da torcida na arquibancada. Ela nos representa ideologicamente, assim como outros grupos sociais em outras frentes de lutas. Desde sempre esse “símbolo” existe para diferenciar os diversos movimentos, inclusive torcedores.

Entretanto, tiraram de nós não apenas o direito de nos manifestarmos, mas também mais uma forma de abrilhantar as festas nas arquibancadas. Até mesmo quem não faz parte da Torcida Organizada se orienta por nós em nossas festas, que na maioria das vezes são vistas como espetáculos.

Precisamos esclarecer que não nos ausentamos do debate sobre a realidade da violência no futebol atual. Porém, acreditamos que medidas simplistas e punitivas como forma de encontrar culpados para problemas que são mais complexos e até mesmo constitutivos da nossa sociedade, não solucionam, de fato, os problemas. Culpar as bandeiras não é o caminho.

A violência não está somente nos estádios, e sim na sociedade como um todo. A violência é mais do que um ato físico. É moral também. E sofremos – o trabalhador em especial – com a violência do dia a dia, em nossos trabalhos, em repartições públicas, na rua, no transporte coletivo, e até nos ambientes de lazer. Somos oprimidos diariamente, mas isso pouco entra no debate quando discutimos a violência no futebol.

Somos oprimidos e obrigados a aceitar as medidas impostas a nós, assim como o horário absurdo para iniciar as partidas de futebol, às 22h00, como forma de atender aos interesses comerciais de alguns veículos de comunicação, mais diretamente a Rede Globo de Televisão. Por isso, pedimos, entre outras coisas, que nos ajudem a pensar e repensar em medidas que melhorem não somente a vida dos torcedores como também a de cidadãos que somos.

Não aprofundaremos esse debate complexo nesta simples carta. Contudo, pedimos para que nos ajudem a ampliar o debate, nos dêem voz para articularmos juntos uma solução e legislem por nós também na Assembleia Legislativa.

Em 2010, foram realizadas duas audiências para a apresentação do novo Projeto de Lei 204/2010, de autoria dos deputados Roberto Felício e Vicente Cândido, que visa disciplinar o uso dos materiais das torcidas organizadas com a volta das bandeiras.

Essa oportunidade nos permite que, juntos, possamos ampliar o debate que tanto desejamos e pedir para que todos os deputados que nos representam possam rever, estudar e lutar para que as nossas bandeiras voltem a tremular nos estádios paulistas.

Gaviões da Fiel Torcida.

Nota pessoal : Esta articulação foi feita por nós do movimento RSJ pois acreditamos que não seria louvável eles fazerem uma homenagem dita para as torcidas e torcedores e não deixarmos nosso recado do que esperamos deles na Assembléia Legislativa.
 
Podem fazer mais, muito mais para nós torcedores, para nós cidadãos paulistanos.

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