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A/C Pulguinha.
Horas e horas de sono que vão embora em ritmo de samba e ao gosto de cerveja e cachaça. Em meio aos surdões, vamos cantando Corinthians pelo longo, árduo e perigoso caminho.
Já são 8 horas de estrada. É quase impossível não tirar aquele cochilo para repor as energias. A ansiedade começa a tomar conta, afinal, é o Coringão que vai jogar.
O dia nasce e as vidas dentro dos nossos ônibus acordam. Parada rápida pro café. Café? Que nada, um biscoito pra encher o estômago e começa de novo o processo da cerveja, samba e Corinthians.
Depois de mais algumas cansativas horas, enfim, chegamos. Ao todo, 14 horas de estrada.
Ao chegar no estádio, princípio de confusão. A torcida adversária joga latas, pedras e garrafas em nós. As palavras ofensivas, obviamente não nos ofendem. Temos décadas de bagagem no quesito caravana. E, afinal de contas, éramos nós que chegávamos na casa do adversário.
O Corinthians joga bem, mas leva um gol. A torcida adversária fica em êxtase. E nós continuamos cantando sem parar, sempre apoiando o Corinthians.
O time recua, leva bola na trave, fica desatento. Mas não importava, a gente seguia com nosso dever e, aumentando nosso canto, percebíamos que o time começa a lutar mais.
O Corinthians empata o jogo e a massa forma um só bando. Um bando de loucos.
No segundo tempo o time melhora. Em perfeita harmonia, os cantos fazem o time jogar. Bola na trave, bola raspando, defesa milagrosa do adversário. Falta pouco. Mas não, o destino e os deuses do futebol mais uma vez mudaram a história de um jogo. Gol do adversário aos 47. O Corinthians já não pode fazer mais nada. Mas, mesmo assim, mesmo com a derrota, os gritos continuavam ecoando pelo estádio adversário.
Depois de aproximadamente 1 hora, todos dentro do ônibus novamente. Era hora de fazer o caminho inverso. Pé na estrada porque o caminho é longo. Apesar de ser o mesmo, aparenta ser maior, fruto do cansaço e da derrota melancólica.
O sono é mais presente e a madrugada proporciona uma noite de descanso. Os ônibus chegam em seu destino. Nossa quadra é aberta para nos receber. Moídos, tortos e com fome, todos chegam.
Cada um, de um jeito, vai embora pra sua casa, descansar para mais um dia de correria. E já se preparando para o próximo jogo do Corinthians.
Apesar da derrota, apesar do cansaço, do alto custo, o Corinthians vai jogar fora de casa e vai precisar mais uma vez do nosso apoio. E apesar de todos os pesares, com mais ou menos pessoas, estaremos lá, presentes, enfrentando horas e horas de estrada, sem medo do frio, sem medo da fome, sem medo de nada.
E por que fazemos isso? O que nos leva a enfrentar tantos desafios? Seria para combater o adversário na porrada? Seria buscar em outro Estado, a violência gratuita? Seria zombar com a ordem pública em outra cidade?
O que nos leva a fazer isso é a Paixão. A Paixão pelo Sport Club Corinthians Paulista.
Nós somos os Gaviões da Fiel Torcida.
Salve da Fiel Vitória-ES
Miquimba.
Um comentário:
~lindão !!!!
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