Fala, Fiel!
A coluna desta semana está gigante! São quatro entrevistas super legais com algumas mulheres que frequentam as arquibancadas e seguem o Corinthians por todo o país. A primeira delas é a Leonor Macedo, que já teve texto publicado aqui, e é integrante da Gaviões da Fiel. A Leonor falou muita coisa legal e interessante sobre as mulheres e as organizadas. Depois, entrevistei a Rah, menina de 15 anos e mais torcedora que muito marmanjo por aí. Ela faz parte do Movimento da Rua São Jorge. A Lilika, da Camisa 12, contou um pouco da sua vida de torcedora. E a Claudinha passou um pouco das suas experiencias na Pavilhão 9. Vale a pena conferir!
Leonor Macedo (Gaviões da Fiel)
Yule diz: Bom dia, Leonor! Obrigada por aceitar o convite do Blog para participar do Fala, Fiel! Pode começar se apresentando? Nome, idade, profissão, filhos…
Leonor Macedo diz: Meu nome é Leonor Macedo, tenho 26 anos, sou jornalista formada (embora não tenha mais diploma), tenho um filho chamado Lucas de 7 anos e ele também corinthiano apaixonado!
Yule diz: Ele já foi ao Estádio? Lembra quando você começou a ir? Seus pais são Corinthianos?
Leonor Macedo diz: Lógico que já. Ele vai desde a barriga. Quando era pequenino, deixei de levá-lo, mas quando completou dois anos ele voltou a me acompanhar. Ele adora ir ao estádio. Eu comecei um pouco mais tarde que ele, no fim da década de 80, aos 7 anos. Fui levada pelo meu tio, que é corinthiano doente, daqueles que ficam doentes de verdade. Tem que tomar calmante em dia de jogo. Fica com taquicardia.
Meus pais são corinthianos sim. Aliás, o corinthianismo é de família. Quando meu pai era mais novo, antes de conhecer a minha mãe, ele não ligava muito para futebol. Depois, quando namoravam, ela o levou ao jogo de 77, na final. Nunca mais ele deixou de amar o clube e nossa torcida.
Yule diz: Aeee… a mulherada mandando ver! Eu sei que você tem (ou teve) certo envolvimento na Torcida Organizada. Pode contar um pouquinho pra gente?
Leonor Macedo diz: Eu acredito na torcida organizada como um espaço de mobilização importante da sociedade. Pertencer a uma é mais do que simplesmente torcer para o Corinthians. Eu nasci corinthiana, vou ao estádio desde pequena, não pertenço a nenhuma torcida organizada para afirmar isso. O que me faz pertencer a uma torcida organizada é a circunstância de que nesse país o torcedor não tem voz.
Alguém sozinho é quase incapaz de mudar alguma coisa. Para isso, grupos se organizam. Mais gente falando e lutando por alguma coisa em comum deve ser mais fácil de ser ouvido, a gente faz mais barulho. Para isso surgiram as torcidas organizadas. Para gritar a mesma coisa dentro e fora do estádio. Seja apoiando o Coringão, seja além das arquibancadas, cobrando o clube, fiscalizando as diretorias.
O nosso futebol é corrupto, em quase todas as suas esferas. Temos dirigentes apodrecendo nas cadeiras dos clubes, das federações e das confederações. Onde tem muito dinheiro, tem sempre alguém parasitando. Temos uma imprensa quase toda conivente, com raras excessões. Temos um Estatuto que não é cumprido.
Para cada craque que aparece, há outros cem meninos sendo escravizados, separados de suas famílias e exportados para fora. Tudo sob a desculpa de que isso é um grande sonho a ser realizado. Além de trabalho infantil, é tráfico humano. Para cada menino exportado, há um empresário rico.
Temos uma violência cada vez maior, fruto de uma infra-estrutura falida que envolve impunidade, falta de fiscalização, truculência e outros 500 problemas sociais desse país.
Fora isso, existem mais incontáveis problemas dentro do nosso futebol.
Como conseguiríamos gritar contra tudo isso se não estivéssemos minimamente organizados? Talvez, no decorrer das histórias das torcidas organizadas, o objetivo principal de ser contestadora tenha se perdido para coisas menores e muito menos importantes. Mas é para isso que ela existe. E é pensando nisso que eu faço parte.
Yule diz: Muito interessante saber que a torcida pode desempenhar esse papel. Mas eu me pergunto… quando lemos notícias sobre organizadas, sempre envolve violência, morte e tantas outras manchetes negativas. Os integrantes dessas organizações têm a mesma consciência que você? É a minoria que pensa assim, ou existe um pensamento coletivo? Como funciona esse trabalho dentro de uma torcida?
Leonor Macedo diz: São muitos os motivos que fazem uma pessoa se associar. Tem gente que vai pela festa na arquibancada, tem gente que vai pelo carnaval, tem gente que vai com a mesma consciência do que eu. Aliás, quando me aproximei da torcida organizada, ainda nova, foi pelo foguetório e pela festa na arquibancada mesmo. Como eu sempre ia ao estádio, fiz amigos na torcida e passei a frequentar os Gaviões da Fiel vez ou outra. Mas depois busquei, fui atrás da história, saber o que rolava e por isso me associei.
Essa parte contestadora não é a única função de uma torcida organizada, certamente. Existe a festa, existe o canto, existe o apoio ao time incondicional por todo o país. Essas são as duas funções da torcida. O resto, o que ocorre, não é objetivo. A violência nunca foi um objetivo da torcida organizada, como é sempre colocado. Ela acaba sendo consequência de uma falência geral que ocorre dentro e fora do futebol. Ou os índices de violência não aumentam cada dia mais no trânsito, na noite, no boteco, na universidade, onde quer que seja?
O que ocorre é que onde existe mais desigualdade social, existe mais violência. É por isso que no futebol é assim. E mexe com um lado irracional das pessoas também. Eu penso, você pensa, meus amigos pensam antes de fazer. Se a gente sai por aí socando o outro porque ele está com uma camiseta de outro time, a gente tem o que perder. Mas uma parte desse povo que frequenta o futebol não tem nada a perder e não teve nem o básico na vida. Essa é uma parte. A outra parte é que o torcedor é quase sempre maltratado, mesmo sendo o maior consumidor do futebol. Passa 8h em uma fila, paga R$ 30 no ingresso, R$ 150 em uma camisa. E ganha R$ 400. São essas pessoas que consomem o futebol. São eles que sempre lotam o estádio, que vão em dia de chuva e de sol de 40°.
São essas pessoas que esperam pacientemente o fim do horário da novela e que vão pra casa andando depois do fim do jogo porque acabou a condução. E elas moram longe. São essas pessoas que enfrentam a muvuca pra entrar no estádio, que tomam cacetada de polícia.
E elas não desistem. Se o Corinthians perder 15 partidas seguidas, elas continuam indo no estádio.
Aí você pode pensar: “mas que idiotas… passam por tudo isso e continuam indo?”, mas eu te lembro que o futebol é o ÚNICO momento de lazer que esse cara tem durante a semana.
Eu e você crescemos indo no cinema, no teatro, no restaurante, jogando conversa fora com a nossa família. Talvez a gente pense duas vezes antes de ir ao estádio em um dia de temporal, embora a gente ame o Corinthians tanto quanto qualquer um.
Mas para a maioria das pessoas que consome o futebol é tudo diferente.
Não estou tentando aqui justificar aquilo que considero injustificável. O que acho é que as pessoas precisam começar a se ligar que as torcidas organizadas não são as únicas responsáveis por um problema social, que é responsabilidade de todos os envolvidos.
A questão é que quanto mais alienado, mais esse povo continua a consumir quieto, sem se atentar aos seus direitos e deveres. Para quem é interessante que os torcedores não se organizem, não lutem por um ingresso mais baixo, por uma organização e conforto mínimos para ver um jogo? Por um tratamento digno, previsto em estatuto?
Hoje os Gaviões da Fiel tem mais de 70 mil associados. Você pode imaginar o que seria se a maioria estivesse lá para buscar a violência, como dizem Promotoria, imprensa, Federação, polícia? Teríamos um futebol muito mais caótico do que o quadro pintado. O Milton Santos, um dos grandes pensadores que a gente teve nesse país, sempre dizia que pelo número de internos na nossa Febem dava pra considerar que a juventude brasileira era feita de um bando de bunda-moles. Porque a juventude brasileira sequer tinha uma lei que protegesse seus direitos (e até hoje ainda não tem). A juventude brasileira não tem emprego, não tem estudo, não tem lazer. Acontece isso no futebol brasileiro também. O dia que o torcedor entender a força que tem e se revoltar contra tudo aquilo que sofre, aí sim a gente vai ter um quadro diferente.
Yule diz: E, pelo pouco que entendo, acho que as torcidas do Corinthians são as que estão mais próximas desse caminho. Veja o que fizemos com nosso time, né!?! Mas além de ter essa filosofia, a Torcida faz algo a respeito? Existem palestras? Conversas? Ações antiviolência, antidrogas? Orientações?
Leonor Macedo diz: Pois é, o Movimento Fora Dualib nasceu dentro das torcidas organizadas, depois de muita discussão sobre a política interna do Corinthians. Esse é um dos frutos importantes de um grupo mobilizado, falando a mesma língua. O Dualib só caiu depois que os torcedores fizeram pressão.
Não respondo pela Gaviões da Fiel porque não pertenço a diretoria, mas posso falar o que ocorre. Quando a gente se associa, para pegar a carteirinha é preciso participar de uma reunião onde colocamos a ideologia da entidade, que nasceu em 1969 nas mãos de figuras incríveis como Flávio La Selva e Joca.
Quem participa dessa reunião sabe que a Gaviões nasceu para contestar e reinvindicar dentro e fora do Corinthians. O resto não é nosso objetivo.
O que passa é que as torcidas organizadas não podem cumprir um papel do Estado, né?! É o Estado que deve dar subsídios para que a gente não use drogas, não saia socando os outros por aí a troco de nada, saiba resolver as desavenças com um diálogo, talvez.
Mas se a escola, por exemplo, não nos ensina nem a ler e a escrever direito, que dirá formar cidadãos com algum senso crítico, com um bom nível de cidadania. É o que eu te disse, a gente não tem nem o básico.
Quando a gente cai no erro de cobrar da torcida organizada uma formação que é do Estado e da família, o que acontece são essas falhas que a gente tá careca de ver.
Pode ser que a gente até tente com conversa, com batucada, com palestras, com feijoada de sábado, com escolinha de bateria, com aula de cavaco, com oficina de grafitte, com isso e aquilo. Mas a gente não vai conseguir porque não é papel nosso. O nosso papel é juntar torcedores do Corinthians para debater sobre Corinthians e o futebol. Isso a gente faz. A maioria dali só fala sobre o Corinthians.
Tem gente que até mata por conta do Corinthians. O Estado devia dar o resto, não?! Devia dar a chance de a gente falar sobre outras coisas talvez. Para então a gente poder falar sobre o Corinthians de maneira mais consciente, mais crítica, ainda mais organizada.
Yule diz: Perfeito. O buraco é muito mais embaixo. Mudando um pouco o foco, gostaria de saber como você se sente sendo uma mulher, jovem, e que gosta desses temas relacionados ao futebol mais do que muito homem? Já sentiu preconceito? Como é ser mulher e participar dessas discussões? Sempre tivemos grandes Corinthianas… você me falou da sua mãe, você com seu filho… Enfim, como é isso?
Leonor Macedo diz: Participar dessas discussões é bastante difícil. O lugar das mulheres no futebol vem sendo construído pouco a pouco, com muita paciência. Nós podemos ir ao estádio, podemos pertencer às torcidas organizadas, mas na hora de decidir, de participar, o ambiente ainda é sempre muito restrito. Porque o machismo também é um daqueles incontáveis problemas do futebol.
O que acontece é que então, para conquistar o seu espaço, a mulher precisa realmente entender duas vezes mais de futebol do que muito homem. Precisa ler, precisa se informar, precisa acompanhar, precisa mostrar a que veio, precisa levar duas vezes mais a sério. É por isso que temos muitas mulheres hoje em dia conversando com muito mais embasamento do que muito homem por aí.
Ao mesmo tempo, a gente precisa ter a humildade de saber que isso é um lugar conquistado. Saber reconhecer que cada espaço conquistado, por mínimo que seja, deve ser celebrado e agarrado com unhas e dentes sempre.
No começo da minha participação da torcida, eu nunca conseguia entrar nas discussões sobre futebol. Depois, quando comecei a mostrar que sabia do que estava falando, alguns espaços me foram abertos. Eu podia ouvir as conversas, mas não conseguia falar quase nunca. Eram cerca de 30 homens gritando, aquela muvuca louca. Lógico que eu gritava mais baixo. Sempre fui paciente.
Aos poucos, conquistei meu tempo de fala. E quando a gente fala coisas importantes, sérias, inevitavelmente todo mundo para pra te ouvir, independente de seu gênero. Com o passar do tempo, os marmanjos da torcida foram me chamando pra participar. O que era um espaço que antes eu fazia questão de participar, agora algumas pessoas fazem questão que eu participe.
É assim dentro e fora da torcida, é assim na roda de amigos também. Sempre que todo mundo se reúne para ver um jogo em algum lugar, quando não vou ao estádio, as pessoas me chamam, me ligam, nunca se esquecem de ver o jogo comigo. A gente acaba se tornando referência.
Fora que, para namorar comigo, por exemplo, não precisa nem ser corinthiano necessariamente. Mas precisa entender que essa paixão é uma das minhas prioridades. Que de quarta, sábado e domingo o futebol é sagrado. Eu namorei um cara que fazia o jantar enquanto eu estava no jogo do Coringão. São outros tempos e é sempre daqui para a frente.
Yule diz: Entendo perfeitamente do que você fala. Apenas lamento que existam algumas mulheres que queiram usar o Corinthians ou o futebol para aparecer, apelar… isso acaba desmoralizando um pouco quem realmente está comprometida em trocar idéias. Acha tranquilo frequentar o estádio, mesmo na arquibancada, sendo mulher, com criança? Muita gente tem medo, não acredita quando eu falo que é bem tranquilo…
Leonor Macedo diz: Ah, mulheres que querem aparecer ou apelar, não são problemas nossos, né?! É algo que não me incomoda, sinceramente, porque elas são diferentes de mim, das minhas amigas. Eu sei que essas meninas têm vida curta, dentro e fora do futebol. Vida curta no sentido de 5 minutos de fama. Elas não conquistam espaço nenhum, nem acho que fazem com que a gente perca.
Porque todo mundo sabe que a Yule pensa e age diferente, a Leonor pensa e age diferente, a Madalena, lá no começo dos Gaviões, pensava e agia diferente. A gente tem que se preocupar com aquilo que realmente importa e rebolado não importa. Se quiser rebolar no alambrado, não tô nem vendo. Tô assistindo o jogo.
Quanto a ter filho, por ir desde sempre, existem algumas regras de segurança.
Eu me apaixonei pelo futebol tomando picolé de limão e vendo o Neto jogar. Respeitando a minha idade, o meu entendimento de futebol e a minha paciência para o jogo. Foi assim que fiz o Lucas se apaixonar também. Levei ele ainda pequenino, sentei com ele na arquibancada, em uma parte sem tanta muvuca, dei picolé pra ele e deixei ele brincar com outras crianças.
De vez em quando ele via o jogo, de vez em quando brincava, de vez em quando subia e descia os degraus amarelos do Pacaembu. Aos poucos, conforme foi crescendo, foi prestando mais atenção.
Ele vai em jogos específicos. Não dá pra esperar, por exemplo, o fim da novela pra ele ver o jogo. Nem dá pra levar quando está chovendo, nem quando está muito frio, nem quando tem 30 mil torcedores para entrar, mesmo que sejam apenas torcedores corinthianos. Muvuca nunca combina com criança pequena.
Acho que bom senso também é capaz de criar torcedores apaixonados. Ele não foi para Porto Alegre, logicamente. Mas me ligou assim que o jogo terminou e assim que a gente foi campeão. Me ligou gritando de felicidade.
Yule diz: Ele não foi, mas vc foi pra Porto Alegre, que eu viiii!! Costuma viajar pra ver o Timão? Já foi a muitas caravanas? Como funciona?
Leonor Macedo diz: Desde que o Lucas nasceu, ando devagar para viajar. Não é simples ir para muitos lugares, fazer bate-e-volta, passar um dia e meio dentro do ônibus, ou uma hora dentro de um avião, que seja. É caro, é cansativo e o chefe muitas vezes não entende. Mas quando é possível, eu vou. Acho que estou ficando velha também rs. Apesar de ter 26 anos, meu pique hoje é diferente da época que tinha 16.
Fui para Porto Alegre de avião, às 5h da manhã na quarta e voltei às 8h da manhã da quinta. Duas noites sem dormir me fizeram dormir quase 24 horas no fim de semana. Dormia junto com o Lucas, às 9h a noite, e acordava às 9h da manhã. Só assim para repor as energias.
As caravanas são divertidas. O povo vai bebendo, batucando, cantando músicas do Corinthians. Os ônibus são meia boca porque o preço tem que ser baixo, é muito mais vantajoso financeiramente viajar com a torcida do que ir em ônibus de linha.
Yule diz: Mas e como rola de respeito com a mulherada? Higiene, Intimidade? Tem que encarar o perrengue mesmo?
Leonor Macedo diz: Tem que encarar o perrengue mesmo. O banheiro é meia boca também. Muitas vezes o que acontece é que há um ônibus diferenciado para mulheres, mães e crianças. O respeito da torcida organizada pelas mulheres e crianças é quase cristão. A figura da mãe, então, é sagrada. Pode ver: naquela muvuca louca de fila, por exemplo, quando tem uma mãe segurando uma criança, os torcedores abrem espaço. “Tem criança na fila! Tem mulher na fila! Respeita ae” Quantas vezes você já não ouviu isso naquela muvuca, com a polícia prestes a descer a cacetada?
Yule diz: Você acha que o número de mulheres na arquibancada tem aumentado? Isso pode influenciar na postura da torcida como um todo? Digo, quando conquistarmos voz mais ativa…
Leonor Macedo diz: Acho que tem aumentado sim. A questão é que antes poucas mulheres iam ao estádio sozinhas, geralmente acompanhavam pai, irmãos, marido, namorado. Hoje em dia, as coisas mudaram de figura. Tem homem indo para acompanhar a esposa agora. Eu mesma, quando vou, geralmente vou sozinha e encontro uma porção de amigos no estádio. Fui eu que levei meu filho pela primeira vez no estádio, não o pai.
Eu que incentivo meu pai a continuar indo. Ao mesmo tempo, também já contei que foi a minha mãe quem levou meu pai pela primeira vez. Acho que de uns tempos para cá, há pelo menos umas 3 gerações, o número de mulheres está cada vez maior sim.
Em relação a mudança de postura da torcida, talvez isso aconteça. Talvez as mulheres consigam levar um pouco mais de sensibilidade para as arquibancadas, um pouco mais de paciência, mas acho que o que falta não é isso. Para o que falta não tem muito o que a gente possa fazer. O que falta, que é tudo isto que disse antes na entrevista, é uma luta de homens e mulheres. De torcedores e torcedoras.
Yule diz: Leonor, você é sensacional… Espero sempre ler seus textos por aí e poder te entrevistar em muitas outras oportunidades. Gostaria de agradecer a participação no blog. Para acabar, deixe um recado para os leitores e, sobretudo, para as meninas e mulheres que leram a sua entrevista e tem medo de ir ao estádio ou vergonha de falar sobre futebol.
Leonor Macedo diz: Queria agradecer pelo espaço da entrevista e pela publicação dos textos por aqui. Agradecer pela paciência de todo mundo que chegou nesta última questão porque eu falo e escrevo muita coisa, tenho consciência disso rs. Meu recado não é bem para quem tem medo de ir ao estádio ou vergonha de falar de futebol, acho que meu recado é para todos os torcedores.
Já está mais do que na hora de abrirmos os olhos, de nos levantarmos pelos nossos direitos, de gritarmos cada vez mais alto para sermos ouvidos. De gastar nossas energias com o que realmente importa: um Corinthians guerreiro e um futebol limpo, livre de todos estes parasitas que enriqueceram (e enriquecem) às custas do nosso amor, do nosso sofrimento e da nossa devoção.
A gente tem que ter medo e ter vergonha de ficar calado quando nossos direitos de torcedor nos são usurpados. Temos uma Constituição que nos permite constituir uma torcida. Temos um Estatuto que nos diz que podemos torcer com dignidade. Temos um Código de Defesa do Consumidor que não nos deixa à mercê desta minoria que só quer tirar o nosso dinheiro.
As leis existem, basta elas funcionarem. E somos do tamanho que somos, somos gigantes. Muito maior do que essa minoria que apodrece o nosso futebol. Quando entendermos o tamanho que a gente tem, as coisas mudam de figura.
Obrigada novamente! Vai Corinthians!
4 comentários:
ola, meu nome é aline sou da vila alpina zl de sao paulo e sei o que é ser corinthiana mulher que gosta de ir pra estadios e sei como ainda nós mulheres somos criticadas por gostar de futebol que dizem que é coisa de "homem",sempre fui ao estadio com o meu ex e hj que estou solteira ainda vou pq o amor pelo corinthians nunca há de acabar,mais infelizmente ainda tem pessoas que acham que é ridiculo eu querer ir para o estadio sozinha,sendo que pra mim isso é uma coisa totalmente natural,é muito bom saber que tem varias mulheres com esse pensamento e lutando pra ter esse espaço tanto nas torcidas como nos estadios,e eu sei que se unirmos nossas forças a gente vai conseguir um espaco maior ainda do que a gente ja conseguiu conquistar ate hj!!!!valeu leonor por estar sempre lutando em prol das mulheres e do Coringao!!!!
JÁ LI 1 TEXTO DA LEONOR E, APESAR DE NÃO CONHECÊ-LA PESSOALMENTE, ME SINTO HONRADO EM TÊ-LA COMO CORINTIANA. SÁBIA, COMEDIDA E INFORMADA. PROVANDO A CADA DIA QUE LUGAR DE MULHER QUE GOSTA DE FUTEBOL É NAS ARQUIBANCADAS.
BOM TÓPICO PULGUINHA.
COMO SUGESTÃO, DEIXO UM TEMA PARA VOCÊ, QUE TEM ESTRADA, PODER FAZER UM TÓPICO.
"ALIANÇAS; ONDE COMEÇOU; A HISTÓRIA DOS GAVIÕES NESSA PAUTA; AMIZADES SÃO NECESSÁRIAS OU NÃO; E COMO OS GAVIÕES CONSEGUIRAM PERMENCER COM SUA FORÇA, MESMO TENDO CONTRA ELA PRATICAMENTE TODAS AS OTURAS GRANDES ORGANIZADAS PELO BRASIL"
UM ABRAÇO E SEMPRE LEIO SEU BLOG.
MIQUIMBA
FIEL VITORIA-ES
Legal as entrevistas que a Yule fez. Mas fica uma dica pra vc: poste a fonte de onte tira as matérias.
Só li as outras entrevistas pq sou leitora do blog da Yule...Ok?
Sobre as entrevistas. Gostei muito, até pq fica claro a diferença que existe entre as mulheres da torcida também, tipo a classe social. mas a paixão é uma só, o CORINTHIANS.
Gostaria de ser sortuda como elas e morar próximo ao TIMÃO e a sede da torcida. Pra realmente adquirir mais valores e conhecimento, e acima de tudo apoiar o SCCP de todas as formas. Mas por enquanto faço isso daqui mesmo. Bem longe de SP..
Seu blog está só evoluindo....
Bjos e saudações corinthianas.
Jamais casaria com uma mulher que não seja corintiana... Lugar de mulher é na Arquibancada! Salve a todas Corintianas, sigam firmes e fortes.
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