terça-feira, 10 de julho de 2012

Custo das campanhas a prefeituras na regiao do ABC chega a 153, 5 milhões!!!


ELEIÇÕES 2012
  CUSTO DA CAMPANHA ÀS PREFEITURAS É CINCO VEZES MAIOR QUE EM 2008
  Por: Redação

 
Alexandre Fláquer e Levy Fidelix: PRTB é campeão dos gastos em Sto. André. Foto: Divulgação
Alexandre Fláquer e Levy Fidelix: PRTB é campeão dos gastos em Sto. André. Foto: Divulgação
 
Alexandre Fláquer (PRTB) e Alex Manente (PPS) são os campeões de gastos

Se todos os 36 candidatos às prefeituras da Região gastarem em suas campanhas, ao menos, o valor que informaram à Justiça Eleitoral nesse início da disputa, o custo do financiamento destas eleições pode chegar a R$ 153,5 milhões.

De acordo com dados registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2008, os 27 candidatos declararam que gastaram R$ 28,4 milhões, valor cerca de cinco vezes mais barato que a estimativa da atual campanha.

O valor mais alto é observado em Santo André, onde os cinco candidatos preveem gastos de R$ 57,2 milhões. Deste total, o campeão é Alexandre Fláquer, candidato de um partido nanico, o PRTB, que prevê gastar R$ 20 milhões. "Isso é o que registramos na Justiça Eleitoral, mas não significa que vamos gastar tudo isso. Depende do que vamos arrecadar", disse Fláquer.

No ranking dos gastos, logo em seguida vêm São Bernardo e Mauá, com estimativas de R$ 32 milhões cada uma. Os postulantes da Prefeitura de São Caetano informaram gastos de R$ 12,9 milhões, enquanto Diadema estima R$ 8,9 milhões; Ribeirão Pires prevê um custo de R$ 7,9 milhões, e Rio Grande da Serra, R$ 2,5 milhões.

As informações foram apuradas nos registros de candidaturas disponíveis no TSE. Os candidatos Luiz Carlos Alexandre, o Luiz Internet (PSDC), postulante da Prefeitura de Rio Grande da Serra, e Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB), candidata do Paço diademense, não informaram suas despesas.
Entre os campeões de gastos, está Alex Manente (PPS), que estima despesa de R$ 20 milhões para disputar a Prefeitura de São Bernardo. O mesmo valor (R$ 20 milhões) foi declarado por Marcelo Reina (PSOL), que disputa a Prefeitura de Santo André, enquanto o prefeito andreense, Aindan Ravin (PTB), pretende buscar a reeleição com R$ 17 milhões.

O candidato do PT ao Paço de Santo André, Carlos Grana (PT), informou previsão de despesa de R$ 15 milhões. A candidata do PMDB à Prefeitura de Mauá, Vanessa Damo, prevê custo de R$ 15 milhões. O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), estima financiamento de R$ 10 milhões para sua candidatura à reeleição. As demais candidaturas estão estimadas em média em R$ 4 milhões a R$ 5 milhões.

A campanha mais "barata" foi declarada em São Bernardo por Lígia Gomes (PSTU), em R$ 30 mil. De acordo com o TSE, o ABCD tem 1,9 milhão de eleitores. Ao se observar o número, com a média de financiamento das 36 candidaturas estimada em R$ 153,5 milhões, o voto médio na Região para cada prefeiturável equivale a um "custo" de cerca de R$ 80. São Bernardo e Santo André são os maiores colégios eleitorais, com 574,42 mil eleitores, e 554,086 mil eleitores, respectivamente.

Marketing - O custo das campanhas majoritárias tem ficado cada vez mais caro em todas as regiões do País devido a deficiências no sistema eleitoral e à necessidade dos candidatos de se apresentarem aos eleitores por meio do marketing político.

"O custo assustador e impraticável das campanhas é visto em todo lugar, e é um descalabro político. Isso mostra que o poder econômico intervém nas estruturas partidárias e afeta a democracia, porque um candidato que não Atem como financiar o seu marketing político pode ser prejudicado no processo eleitoral", avalia o cientista político da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Aldo Fornazieri. O especialista enfatiza ainda que a deficiência poderá ser corrigida mediante reforma política com o voto em lista fechada e, consequentemente, o financiamento exclusivamente das campanhas mediante recursos públicos.

Para a cientista política da Unesp, Angélica Lovatto, as campanhas perderam o caráter propositivo do debate, da apresentação de programas aos eleitores, por causa do excessivo marketing político, artifício importado da escola política neoliberal.

"O âmago dessa questão está no fato de que o marketing político passou a balizar o voto. Perdeu-se o conteúdo e passou-se a valorizar a forma, o que prejudica as propostas propriamente ditas. Essa supremacia da forma é uma clara interferência da escola política dos Estados Unidos, uma influência muito complicada", analisa Angélica.

(Colaboraram Nicole Briones, Fabíola Andrade, Karen Marchetti e Gislayne Jacinto)


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