1990. Corinthians Campeão Brasileiro.
Tinha 12 anos e estava nas arquibancadas do Morumbi nos dois jogos das finais. Apesar de novo, já vivia as arquibancadas vendo o corinthians jogar e já membro dos Gaviões. Época ainda que caminhavamos junto ao velho William (padastro) rumo aos estádios. Este campeonato acompanhamos de ponta, sendo também neste campeonato as primeiras caravanas fora do estado tendo momentos marcantes. Primeira caravana para o Rio de Janeiro, para Minas, Tonhão indo para Bahia, os jogos no Pacaembú com Geléia e Paracatá com os óculos embassados da chuva tendo dificuldades em ver o jogos, contra o Atlético e Bahia. Muitos momentos marcantes. Muitos jogos que a Fiel impunha sua pegada forte.
Gaviões nas arquibancadas do Morumbi na final de 1990 |
As finais emocionantes, vencendo ambas com muito suor, com gol de mano e tupã.
Na primeira final, morumbi a noite, não tinha como, fomos acompanhamos do William, ficando impossibilitado de estar junto aos Gaviões, com os materiais, no meio da massa. Mas o importante aconteceu, Wilson Mano Guerreiro nos proporcionou a vitória.
No segundo jogo, domingão de sol, Morumbi, fui para os Gaviões antes do jogo. Saímos com o material antes e cedo estavámos nas arquibancadas do Morumbi. Portões abertos desde das 12 hs, recordo-me que as 13 hs já estavámos onde a bateria fica e o gomo dos Gaviões lotado. Recordo-me também, o que impossível não lembrar, do calor. Nossa, que calor, parecia um inferno. Muita gente, o gomo estava lotado, estádio cheio e um calor insuportável. A sorte, como tinha mulheres da rapaziada, irmã de alguns, traziam agua toda hora la para o meio e sempre sobrando uma rebarba para mim.
Momento que não esqueço também momento que a bateria subia para as arquibancadas, após a tradicional batucada na boca do túnel que era o verdadeiro esquenta. Bateria subia foi o sinal que logo a partida começaria.
Durante o jogo esforço de todos, o canto e o calor, uma guerra infernal que cada um travava. Mas valeu a pena toda aquela campanha dura, quando o pequeno grande Tupã mete aquela bola para dentro levando as arquibancadas do Morumbi ao verdadeiro delírio.
Foi festa total. Muita emoção. Velho William sempre falava da importância deste título, que ele nunca tinha visto, eu ali, com 12 anos sendo testemunha da conquista.
Saímos do Morumbi, festa total, fomos para os Gaviões, com o comboio gigante. Nos Gaviões aquela comemoração geral. Apesar de não beber na época, me prendia aos atrativos de festa. Batucada, bandeiras, etc. Como o policiamento não permitiu que os Gaviões entrasse com os papéis picados, utilizamos os papéis na festa da quadra fazendo uma tremenda bagunça.
Outro fato marcante, este sempre lembrado por mim que guardo com muito carinho. Estava balançando uma bandeira, com minhas dificuldades devido ao tamanho, quando passo a bandeira e cantando o hino, música que estava rolando, me encontro com o olhar do grande líder Edmar Bernardes, que estava no palco, com os braços ostentados, posição que cantava nas arquibancadas, feliz, me olhando e me cumprimentando. Cantava o hino com vontade, com vibração no qual jamais esqueço. Aliais, eis a lembrança dele quando penso nele.
Recordo-me também de um detalhe. Nas minhas emoções neste dias, na minha ingenuidade, desejei o título mundial. Mediante aquela nostalgia, imaginei que a comemoração seria mais expressiva, mais emotiva. Mas hoje, mais lúcido, saudando o futebol da época e enxergando o futebol de hoje, reconheço que nada devemos esperar de como era antes. Salve o Corinthians. Salve o Corinthians Popular. Salve os estádios com 110 mil pessoas. Salve o Futebol do povo. E viva o elenco de 1990. Salve o Corinthians !!!
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