FUTEBOL: Na arquibancada, com o povo
Eduardo Sales de Lima
da Redação
Agressões. Vandalismo. Bandidos. Cadeia. Essas são as palavras mais usadas na mídia corporativa para se referir às torcidas organizadas. No entanto, o que pouco - ou praticamente nada - é que, dessa complexidade da massa que integra essas organizações, estão surgindo algumas iniciativas promissoras. Algumas torcidas organizadas brasileiras já realizam diversas ações assistenciais, atuando nas comunidades, e, até mesmo, apóiam a luta dos movimentos sociais, como a Gaviões da Fiel.
As organizadas desenvolvem projetos sociais para as periferias e possuem estatutos que visam uma sociedade mais fraterna. O surgimento de escolas de samba provenientes dessas organizações refletem essa tendência. Mas o torcedor brasileiro se deu conta de que a arquibancada, além de continuar sendo o espaço para gritar o nome do time de coração, pode se transformar em espaço de formação política e de luta por justiça social, e isso já acontece.
Como exemplo da luta social das torcidas, a Gaviões da Fiel tem uma história bastante específica, pois surge como um movimento de oposição à ditadura que existia no Corinthians e ao longo dessa história, pontuada por participações da vida política do país, destacouse no episódio da bandeira a favor da anistia no final dos anos de 1970 e na participação no movimento “Diretas Já”.
“Além disso, a Gaviões vai entrelaçar a prática torcedora com a prática cultural do samba e, da esteira desse movimento, outras torcidas vão seguir seus passos. Esse caminho não se esgota no diálogo do samba com o futebol, mas, no caso da Gaviões, há uma prática que cria uma interface com os movimentos sociais”, avalia o sociólogo e diretor do Museu da Cultura da PUC - SP, José Paulo Florenzano.
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